terça-feira, 20 de abril de 2010
A empatia entre Sinhozinho Malta e a viúva Porcina, protagonistas de cenas memoráveis, conquistou o público. As hilárias brigas do casal que vivia uma conturbada relação faziam muito sucesso. Sinhozinho, para pedir perdão à amada, chegou a ficar de quatro, imitando um cachorro, e lambeu a mão de sua “dona”, Porcina . Os ataques e as manias de Porcina também renderam cenas preciosas. Extravagante e cheia de si, ela vivia levantando os seios com as mãos e limpando os cantos da boca borrados sempre pelo batom escandaloso. Exagerada, não conseguia chamar pela empregada a não ser com o estridente grito: “Minaaaaaaaaaaaaaaa” (Ilva Nino). Porcina e Sinhozinho combinavam ainda no jeito de se vestir. Cada um com seu estilo. Ela, de forma extravagante: drapeados, babados, decotes profundos, cores fortes, óculos berrantes, turbante, brilho de dia e de noite. Ele, muito cafona: o braço cheio de pulseiras, relógio e colares de ouro, chapéus inspirados no seriado americano Dallas, colarinhos com biqueiras de metal prateado e perucas. Destaque para seu carro, enfeitado com dois enormes chifres de boi.
Os efeitos sonoros marcaram alguns personagens de Roque Santeiro. Quando Sinhozinho Malta estava nervoso, sacudia o relógio e as pulseiras de ouro que trazia no braço e ouvia-se o som de uma cascavel, misturado ao som do chocalho das pulseiras. O bordão – “Tô certo ou tô errado?” – completava a ação do coronel. Já no tique nervoso de Zé das Medalhas, que vivia esticando o queixo, ouvia-se o barulho de ossos estalando. Outro efeito sonoro marcante era o que pontuava as cenas em que Sinhozinho Malta demonstrava como decepava a parte íntima de seus inimigos e de seus bois. O gesto vinha acompanhado do som de uma guilhotina.
Memória Globo.
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